Uma experiência de avaliação da aprendizagem no ensino médio : a participação dos alunos na reconstrução de seus conceitos químicos

DAZZANI, Melissa
Uma experiência de avaliação da aprendizagem no ensino médio : a participação dos alunos na reconstrução de seus conceitos químicos
São Paulo/SP, Universidade de São Paulo, USP, 2004. 113p. Dissertação de Mestrado. (Orientador: Maria Eunice Ribeiro Marcondes).

Resumo Os alunos do ensino médio são submetidos a uma série de atividades durante o ano letivo, incluindo as provas, que são utilizadas para a avaliação da aprendizagem. Ao final de cada bimestre, uma nota é atribuída pelo professor e os alunos que não obtém o desempenho esperado são submetidos a uma nova prova para tentar recuperar essa nota. Freqüentemente, o processo de avaliação e de recuperação tem como principal objetivo recuperar a nota do aluno e não os seus conhecimentos. A melhoria da nota obtida após a recuperação, nem sempre está relacionada com a aprendizagem efetiva dos conhecimentos revistos. Neste contexto, um método alternativo visando auxiliar na recuperação da aprendizagem dos conceitos de Química por parte dos alunos que apresentavam dificuldades foi desenvolvido e testado. O presente trabalho foi realizado com alunos do primeiro ano e do segundo ano do ensino médio de duas escolas localizadas na região metropolitana de São Paulo. Nesse processo, o aluno participa ativamente de seu aprendizado e toma consciência de seus erros e de suas dificuldades. O método proposto consiste no desenvolvimento de quatro etapas. A primeira tem como objetivo fazer o aluno perceber suas dificuldades. Na segunda etapa, o aluno recebe orientações de estudo do professor e é submetido a uma nova avaliação. Na terceira etapa, o aluno participa ativamente de seu aprendizado, discutindo concecitos de química. Na quarta etapa, procurou-se verificar a eficiência desse processo de avaliação e de recuperação da aprendizagem através da apresentação de questões para o aluno resolver um mês após a atividade. Os resultados obtidos indicaram que cerca de 60% dos alunos do 1º ano conseguiram recuperar seus conceitos, contra cerca de 30 % do 2º ano. A maior eficiência para os alunos do 1º ano pode ser explicada por não estarem acostumados com os processos convencionais de recuperação da escola, que visam somente a melhoria das notas. Em ambas as séries, os alunos mostraram um grande envolvimento com as atividades realizadas. O processo de avaliação e de recuperação da aprendizagem desenvolvido neste trabalho mostrou-se mais eficiente do que os métodos anteriormente adotados. A aprendizagem deu-se de forma mais significativa e estudantes puderam reformular os conceitos de química que ainda apresentavam dificuldades.