Reflexões sobre o fazer pedagógico do professor de química no ensino médio na perspectiva do ensino ativo

FAÇANHA, Alessandro Augusto de Barros
Reflexões sobre o fazer pedagógico do professor de química no ensino médio na perspectiva do ensino ativo
Fortaleza/CE, Universidade Federal do Ceará, UFC, 2010. 166p. Dissertação de Mestrado. (Orientador: Cláudia Chistina Bravo e Sá Carneiro).

Resumo Este estudo investiga a prática pedagógica de professores de Química do ensino médio e a relação dessas ações com o processo formador e as influências presentes na ação pedagógica da cada professor em seu exercício profissional buscando tipificar esses profissionais e relacionar tais práticas aos preceitos recomendados pelas orientações curriculares do ensino médio as quais prevêem condutas baseadas no ensino ativo/construtivista. Dessa forma busca perceber o grau de conhecimento dos professores sobre essas metodologias e a influência da formação inicial e continuada nesse processo, além disso, busca desvelar quais os saberes envolvidos nas práticas pedagógicas e de onde vem o conhecimento empregado na práxis da sala de aula. Utilizou-se o estudo de caso, através da observação-participante como estratégia de investigação e da entrevista como meio de coleta dos dados. O arcabouço teórico revisitou o trabalho do professor e suas práticas a partir da perspectiva dos saberes docentes e das principais premissas do ensino ativo fundamentado em autores como Tardif e Pimenta, além de teóricos como Piaget e Vygotsky na revisão dos conceitos da Teoria Psicogenética piagetiana e do Sócio-interacionismo vigotskiano. Na análise dos resultados é possível perceber as influências dos saberes de experiência como uma marca importante no ensino de ciências/química, além da existência de lacunas na formação inicial desses professores quanto aos aspectos do ensino ativo demonstrando um desalinhamento entre as propostas para o ensino de ciências da natureza, previstas pela LDB/96 e a formação desses professores. Por fim faz-se a reflexão dos achados à luz do processo de alfabetização científica indicando possibilidades para tornar o ensino de Química um fator de formação social do aluno em seu contexto a partir de um ensino pautado na construção ativa do conhecimento.