Resumo |
A Análise do Comportamento vem desenvolvendo estudos, fundamentados no modelo de equivalência de estímulos, para a compreensão de diversos repertórios acadêmicos. Considerando que, no Brasil, o ensino de Química continua sendo um grande desafio, o presente trabalho avaliou uma programação de ensino de química orgânica, elaborada com base no modelo de equivalência de estímulos e implementada em espaço coletivo, com o auxílio de software. Participaram alunos da 2ª série do Ensino Médio. Foram realizados dois experimentos, ambos com Pré-Teste, Intervenção e Pós-Teste. No Experimento 1, ensinou-se a oralizar os elementos químicos, a partir de suas representações simbólicas, números e modelos atômicos. Os estímulos utilizados foram nome impresso (A), símbolo (B), número atômico (C) e modelo atômico (E) de elementos químicos. Foram ensinadas as relações AB, BC e BE, e testadas às relações BA, CB, AC, CA, EB, AE, EA, CE, EC e a oralização do elemento químico a partir do símbolo (BD), do número atômico (CD) e do modelo atômico (ED). No Experimento 2, ensinou-se a oralizar os diferentes tipos de fórmulas de cadeias carbônicas; identificar as diferentes fórmulas de uma mesma cadeia carbônica, e; a classificar as cadeias carbônicas quanto à existência ou não de extremidades livres, quanto ao tipo de ligações existentes entre os átomos de carbono e quanto à presença ou não do heteroátomo. Os estímulos foram nome ditado do tipo de fórmula (I), representação do tipo de fórmula (II), nome impresso do tipo de fórmula (III), fórmula estrutural plana (A), fórmula de linha (B), fórmula estrutural condensada (C), fórmula molecular(D), nome impresso da extremidade (E1), nome impresso do tipo de ligação (E2), nome impresso referente à existência ou não de heteroátomo (E3). Iniciou-se pelo ensino da relação I-II, sendo testadas as relações II-III, III-II e a oralização a partir do tipo de fórmula (II-O). Em sequência, foram ensinadas as relações AB e AC, testando-se BC, CB, BA e CA; a relação AD, testando-se DA, BD, DB, CD, DC; a relação CE1, testando-se E1C, AE1, E1A, BE1, E1B, DE1, E1D; a relação CE2, testando-se E2C, AE2, E2A, BE2, E2B, DE2, E2D; a relação CE3, testando-se E3C, AE3, E3A, BE3, E3B, DE3, E3D. Foi realizado Teste de Generalização para Novas Cadeias Carbônicas. Os resultados indicaram que os participantes submetidos ao ensino atingiram o patamar de desempenho esperado em todas as relações ensinadas e testadas e que, a partir das relações ensinadas, emergiram novos repertórios, incluindo a oralização e a construção (desenho) do tipo de fórmula. O desempenho no Pós-Teste foi superior ao apresentado no Pré-Teste, e houve generalização do repertório, evidenciando a eficácia da programação avaliada para o ensino de conteúdo de química orgânica.
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