Perfil conceitual para a segunda lei da termodinâmica aplicada as transformações químicas: a dinâmica discursiva em uma sala de aula de Química do Ensino Médio

AMARAL, Edenia Maria Ribeiro do
Perfil conceitual para a segunda lei da termodinâmica aplicada as transformações químicas: a dinâmica discursiva em uma sala de aula de Química do Ensino Médio
Belo Horizonte/MG, Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG, Educação, 2004. 220p. Tese de Doutorado. (Orientador: Eduardo Fleury Mortimer).

Resumo O trabalho de tese teve como objetivo propor um perfil conceitual relativo à compreensão da segunda lei da termodinâmica, aplicada às transformações físico-químicas, focando os conceitos de entropia e espontaneidade. E ainda, utilizar esse perfil para analisar as relações entre aspectos epistemológicos e discursivos no processo de ensino-aprendizagem desses conceitos na sala de aula. Com essa perspectiva, alguns fundamentos teóricos da noção de perfil conceitual foram discutidos tomando por base: a proposição inicial feita por Mortimer (1995, 2000) para a noção de perfil conceitual e os seus trabalhos mais recentes (Mortimer, 2001), nos quais é sugerida a relação entre formas de pensar e modos de falar a partir do perfil conceitual. Um perfil conceitual relativo à compreensão sobre entropia e espontaneidade foi proposto a partir de idéias da história da ciência, da literatura em educação em ciências e da sala de aula. A utilização de diversas fontes teve como objetivo propor uma gênese para os conceitos, considerando aspectos do método genético ou de desenvolvimento proposto por Vygotsky (apud Wertsch, 1985). Dessa forma, foram buscadas idéias relativas a diferentes domínios genéticos ? sociocultural, ontogenético e microgenético ? a partir dos quais os conceitos podem ser visualizados como parte de um processo e não como produtos acabados. A utilização do perfil conceitual para análise da dinâmica discursiva em sala de aula foi feita considerando os aspectos epistemológicos, estudados a partir das zonas do perfil conceitual, e os aspectos discursivos, analisados a partir de uma estrutura proposta por Mortimer e Scott (2002, 2003). A situação de ensino analisada se refere a aulas de termoquímica de uma turma 2º. ano do ensino médio (16-17 anos), do Colégio Técnico da UFMG (Coltec). O perfil conceitual se mostrou como um instrumento eficiente para a estruturação do discurso em sala de aula, relacionando os seus aspectos epistemológicos e discursivos.