O museu de ciências como promotor da motivação: lembranças do público do setor de Química do CDCC/USP

GUZZI, Mara Eugênia Ruggiero de
O museu de ciências como promotor da motivação: lembranças do público do setor de Química do CDCC/USP
São Carlos/SP, Universidade Federal de São Carlos, UFSCar, 2014. 264p. Dissertação de Mestrado. (Orientador: Luiz Henrique Ferreira).

Resumo Esta pesquisa é referente a um estudo dos aspectos motivacionais presentes nos minicursos oferecidos pelo Setor de Química do Centro de Divulgação Científica e Cultural (CDCC). Utilizou-se a Teoria da Autodeterminação como referencial para estudar o potencial de o Museu de Ciência atuar como promotor da motivação, explorando atividades que possam favorecer situações propícias ao envolvimento de visitantes motivados intrinsecamente, mas também do entendimento de como estímulos extrínsecos podem regular formas autodeterminadas de motivação. A coleta de dados permitiu identificar o cenário de realização dos minicursos, influenciado pelo perfil de atuação do Centro e da ideologia no período de sua implantação e consolidação, reunindo-se informações referentes à natureza e concepção de ações, participação, perfil e impressões do público durante as atividades e um longo período após a realização dos minicursos. Foi realizado um estudo de público de dois grupos com características distintas: num deles os participantes de uma parceria entre o CDCC e estudantes de magistério, e no outro um grupo constituído por um público espontâneo, de perfil diversificado. Os resultados e as análises realizadas sob diferentes olhares (perfil motivacional, percepção do sentido atribuído da participação e interações nas atividades) trouxeram elementos que confirmam a ocorrência de situações capazes de nutrir as necessidades psicológicas de autonomia, competência e de relacionamento. A natureza e as características das atividades despertaram o entusiasmo dos visitantes em situações favoráveis ao envolvimento intrínseco, ou seja, movidos pelo prazer pessoal que a experiência proporciona, mas também foi constatado que eles podem ser estimulados extrinsecamente, em atividades que levam à regulação que se aproxime da autodeterminação. Observou-se que, em curto prazo da participação nas atividades, a experiência foi significativa para ambos os grupos, e cerca de 20 anos após as atividades, os aspectos motivacionais apresentam-se realçados no grupo espontâneo, que teve maior participação no museu e fidelização a ele. Os resultados de pesquisa indicam que nutrir as necessidades psicológicas subjacentes é um caminho para explorar a divulgação científica de uma forma plena, não excludente às missões que as Instituições têm assumido, com o Museu de Ciência caracterizando-se como um espaço de ensino não formal promotor de formas autodeterminadas da motivação.