Jogo, Tic e Ensino De Química: Uma Proposta Pedagógica

PORTO, Maria das Graças Cleophas
Jogo, Tic e Ensino De Química: Uma Proposta Pedagógica
Pernambuco/PE, Universidade Federal Rural de Pernambuco, UFRPE, 2015. Tese de Doutorado. (Orientador: Marcelo Brito Carneiro Leão).

Resumo Esta tese surge diante da eminente necessidade da diversificação de estratégias metodológicas que possam promover contribuições perante o processo de ensino e aprendizagem da Química. Deste modo, este trabalho intitulado de “Jogo, Tic E Ensino De Química: Uma Proposta Pedagógica” apresenta os resultados obtidos entre a união de aspectos provenientes do lúdico com o uso das TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação), a partir de uma proposta fundamentada na utilização do Alternate Reality Game (ARG). O ARG consiste de um jogo pedagógico que imerge os seus jogadores em uma atividade que pode mesclar realidades vivenciadas em seu cotidiano com o uso de ferramentas tecnológicas, onde por meio do seu uso, é possível promover um multifacetamento sobre o conteúdo didático utilizado em sua elaboração, fazendo-se uso de diferentes estratégias e usos das TIC. Utilizamos o ARG para proporcionar espaços que favorecessem a resolução de problemas envolvendo a Química, de modo que os jogadores pudessem extrair ou fortalecer aspectos cognitivos em relação a sua própria aprendizagem. Este trabalho, fruto de um estudo de caso, envolveu 35 discentes de um curso superior em Licenciatura em Ciências da Natureza, da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf). Foram propostas diferentes atividades didáticas, elaboradas especialmente para compor as etapas do ARG que serviu como aporte para desenvolver habilidades cognitivas sobre a componente curricular “Fundamentos da Química I”. Recorremos ao construtivismo radical de Maturana, por meio da teoria da Autopoiesis, para fazer analogias explicativas entre a real contribuição dos jogos para o contexto educacional e o processo de aprendizagens dos indivíduos. Assim, esta pesquisa traz inúmeras discussões teóricas que podem ajudar a ampliar a compreensão sobre as vantagens da utilização de atividades lúdicas para a educação em Química, a citar como exemplos, a importância das regras do jogo, sob a perspectiva teórica de Chateau (1984), a postura lúdica do sujeito, entre outras. Os resultados desta pesquisam apontam que o ARG representou uma estratégia didática rica para os alunos em formação inicial, pois promoveu interação, mobilidade física e virtual, manifestações sobre a mobilização de habilidades cognitivas para a construção de conhecimentos, compreensão sobre a importância da diversificação de estratégias didáticas perante o ensino, favorecer habilidades sobre o letramento digital, além de demonstrar potencial aplicacional como método de avaliação das aprendizagens, etc. Entre outras conclusões, podemos afirmar que muitas discussões arraigadas nos pressupostos Maturaniano podem abarcar de modo teoricamente consistente elementos que fundamentam a compreensão sobre as vantagens sobre o uso de jogos. Muitas particularidades foram observadas em relação a influência do ARG sobre o aprendizado dos sujeitos envolvidos nesta pesquisa, pois este fez emergir características tais como, respeito, compreensão, criatividade, organização, etc. Diante do exposto, o ARG demonstrou ser construtivo em relação ao estabelecimento de diferentes domínios de interação e apreensão de conceitos em prol da resolução de problemas envolvendo a Química, além da tomada de decisão necessária para a execução das diferentes ações propostas pelo jogo.