Investigação-ação colaboração sobre práticas docentes na formação continuada de formadores

ROSA, Dalva Eterna Gonçalves
Investigação-ação colaboração sobre práticas docentes na formação continuada de formadores
Piracicaba/SP, Universidade Metodista de Piracicaba, UNIMEP, 2003. 201p. Tese de Doutorado. (Orientador: Roseli Pacheco Schnetzler).

Resumo Esta tese consiste em uma investigação-ação colaborativa sobre práticas docentes na formação continuada de formadores. Tem como objetivo investigar se e como a parceria colaborativa promove mudanças nas concepções dos docentes sobre suas práticas e os introduz na pesquisa no/do ensino. O contexto é a Universidade Federal de Goiás e os sujeitos partícipes, professores dos cursos de Física, Química e Biologia. A pesquisa tem como referencial os trabalhos de Zeichner, que inspirou os pesquisadores brasileiros no que se refere à investigação colaborativa; Stenhouse, que concebeu a idéia do professor como "investigador em aula"; Elliott, que interpretou a docência como uma atividade indubitavelmente teórica e a investigação-ação como um processo espiral de reflexão; Jean McNiff, que assegura ser a investigação-ação um dos meios de desenvolvimento político, profissional e pessoal dos professores; Carr e Kemmis, para quem melhorar a educação é promover mudanças nos processos sociais que a condicionam, tarefa coletiva a ser desempenhada por comunidades críticas, que pode contribuir para a emancipação destas comunidades. Para concretização do trabalho foi formado um grupo de discussão, que se configurou como uma estratégia de formação continuada de professores universitários. Por meio da investigação-ação colaborativa, os saberes advindos da experiência dos professores e suas práticas foram tomados como fonte formativa.Os dados foram descritos, desde dentro, combinando a forma de ensinar e investigar do pesquisador, que advém do campo das ciências humanas, mais especificamente da Educação, com a dos professores colaboradores, oriunda do campo das ciências naturais. Verificou-se que, para criar uma cultura de formação colaborativa na universidade, são necessários o desejo e o comprometimento dos professores com novas formas de trabalho; a legitimação de investigações no/do ensino; a cooperação entre os envolvidos no processo; a estruturação de espaços e tempo, que possibilitem realizar trabalhos colaborativos.Pesquisas desta natureza promovem o desenvolvimento político, profissional e pessoal dos partícipes; podem favorecer a (trans)formação do professor em investigador da própria prática, ampliar sua capacidade para o exercício da docência universitária e configurar um espaço ainda quase inexistente nas Instituições de Ensino Superior: o da pesquisa que produz o ensino e do ensino que produz a pesquisa.