SOUZA, Fabio Luis de
Interações verbais e cognitivas: uma análise de aulas contextualizadas de química
/SP, Universidade de São Paulo, USP, 2008. 145p. Dissertação de Mestrado. (Orientador: Maria Eunice Ribeiro Marcondes).
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Resumo |
A contextualização dos conhecimentos científicos e a necessidade da participação ativa dos estudantes na construção coletiva dos discursos em sala de aula são dois importantes referenciais teóricos e metodológicos assumidos de forma quase consensual por professores de Ciências e pesquisadores da área, além de encontrar forte respaldo nas propostas oficiais do Ministério da Educação. Acredita-se que a contextualização leve os estudantes a uma maior participação durante as aulas e, assim, à aprendizagem dos conteúdos científicos. Sendo assim, buscou-se nesta investigação conhecer a natureza e a dinâmica das interações discursivas construídas por professor e alunos em aulas de Química em que o conhecimento científico é contextualizado. Partiu-se da hipótese de que a inserção de conteúdos ligados ao cotidiano dos estudantes ou que envolvam as relações CTSA (Ciência-Tecnologia-Sociedade-Ambiente) pode não promover interações discursivas que evidenciem um alto grau de envolvimento cognitivo por parte dos estudantes. Foram gravadas, transcritas e analisadas três aulas de duas professoras de escolas públicas diferentes, situadas próximo ao município de São Paulo. Essas aulas foram analisadas por apresentarem alguma forma de contextualização. As interações discursivas foram categorizadas nas dimensões verbal e cognitiva, ou seja, cada fala das professoras ou dos alunos foi enquadrada em uma categoria da dimensão verbal e em uma categoria da dimensão cognitiva. A análise dos resultados mostrou um acréscimo das interações cognitivas mais elaboradas (Interações Cognitivas de Ordem Alta), principalmente no discurso das professoras, quando a aula era contextualizada. Apesar disso, as falas dos alunos se mantiveram curtas e pouco elaboradas, mostrando pouca relação com a qualidade das interações cognitivas apresentadas pelas professoras e com a contextualização dos conteúdos. A freqüência da participação dos alunos também não foi afetada pela contextualização, permanecendo elevada e constante.
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