Interações Sociais e o Discurso sobre o visível e o invisível em aulas de química

PARENTE, Andrela Garibaldi Loureiro
Interações Sociais e o Discurso sobre o visível e o invisível em aulas de química
Belém/PA, Universidade Federal do Pará, UFP, 2004. 105p. Dissertação de Mestrado. (Orientador: José Moysés Alves).

Resumo Nosso estudo procurou compreender, a partir da interação e do diálogo, a elaboração de explicações em aulas de química, tendo em vista aspectos teóricos e empíricos desse conhecimento. Participaram da pesquisa uma professora e sua turma de 26 alunos, do 1º ano do ensino médio, de uma escola pública do município de Belém-Pa. Foi planejada uma aula envolvendo a realização de um experimento sobre a formação da ferrugem. Foram formados quatro grupos de alunos para realizar o experimento. Após observarem o experimento, os quatro grupos de alunos discutiram entre si, em seguida, em conjunto com a professora e, posteriormente, a professora discutiu com a turma toda. Os diálogos ocorridos nos grupos e na turma toda foram filmados e transcritos integralmente. Recorremos à análise microgenética para analisarmos o diálogo de um dos grupos sem a presença da professora, do mesmo grupo com a presença da professora e da turma toda. Identificamos nos diálogos as seqüências das quais emergiram as explicações. Nessas seqüências, utilizamos as categorias propostas por Mortimer e Scott (2002) para analisar as intenções, o conteúdo, a abordagem comunicativa, os padrões de interação e as intervenções da professora. As análises nos possibilitaram compreender e discutir como os alunos elaboram explicações em aulas e, em cada uma delas a participação dos aspectos teóricos e empíricos do conhecimento químico. Assim, observamos que as explicações elaboradas pelos alunos levaram em conta conhecimentos de diferentes origens: a observação empírica do experimento, as aprendizagens escolares prévias, conceitos cotidianos e os conhecimentos teóricos compartilhados pela professora. Predominou uma abordagem comunicativa dialógica, mas quando foi necessário para a elaboração da explicação relacionar o conhecimento empírico com o teórico, a abordagem comunicativa foi, predominantemente, de autoridade.