CHAVEIRO, Elane Alves
Habilitação básica em Química e Curso Técnico em Química: elementos de uma Transição
Cuiabá/MT, Universidade Federal de Mato Grosso, UFMT, Educação, 1997. 192p. Dissertação de Mestrado. (Orientador: Mauricéa Nunes).
|
Resumo |
Este trabalho buscou investigar e observar as realidades de dois cursos secundários na cidade de Cuiabá, estado de mato grosso. O primeiro curso, denominado, habilitação básica em química, ocorreu em duas escolas: uma pública – Liceu Cuiabano Estadual do 1º e 2º graus, e outra particular – Colégio São Gonçalo, no período de 1978 a 1986. Análises quantitativas foram realizadas com respeito a grade curricular utilizada, período de funcionamento e continuidade do curso, número de matrículas, taxas de evasão, desistência e repetência, formação dos professores e professoras que lecionaram neste curso. Com relação aos conteúdos, fez-se uma análise dos diários das disciplinas de química, análise química e processos químicos industriais. A preocupação central desta análise revela-se na descoberta da não independência dos professores de Liceu Cuiabano ao programa oficial de conteúdos, demonstrando que eles usaram de uma certa criatividade ao escolherem os conteúdos. Porém, mesmo com essa criatividade, pôde-se observar a questão da (ir) relevância de alguns destes conteúdos para a formação do "habilitado em química". esse fato também caracterizou a não evolução do tipo de ensino que permeia o nível secundário. Aplicou-se também um questionário com alguns dos egressos que demonstraram, dentre outras coisas, a não apropriação do conhecimento químico desenvolvido durante o curso, bem como a dúvida com a relação ao certificado de conclusão. Estes egressos não souberam explicar qual a diferença entre ser "habilitado em química"e "técnico química". Tanto no questionário, quanto nas entrevistas, puderam-se constatar as preocupações existentes com as mudanças que a nova lei de diretrizes e bases da educação nacional (lei 9394/96), irá proporcionar ao ensino técnico. Os alunos e alunas se mostraram resistentes quando foram perguntados se fariam ou não um curso técnico nos molde em que a nova lei está propondo. A maioria dos professores e professoras, que são formados pela Universidade Federal de Mato Grosso, demonstraram receio e até preocupação com esta mudanças.
|