FORMAÇÃO E ATUAÇÃO DO PROFESSOR DE QUÍMICA: um estudo sobre a transposição didática dos modelos atômicos

SANTANA, Rafael de Jesus
FORMAÇÃO E ATUAÇÃO DO PROFESSOR DE QUÍMICA: um estudo sobre a transposição didática dos modelos atômicos
Aracaju/SE, Universidade Federal de Sergipe, UFS, 2010. Dissertação de Mestrado. (Orientador: Maria Neide Sobral).

Resumo Este trabalho teve como objetivo investigar como ocorreu a transposição didática dos modelos atômicos no curso de licenciatura em Química da Universidade Federal de Sergipe e em duas escolas da Rede Pública Estadual do Ensino Médio de Aracaju-SE. Ao longo do estudo, buscamos expor uma discussão entre teóricos no que se refere à formação e atuação de professores, transposição didática e modelos atômicos, visando demonstrar as diferentes percepções acerca dessa temática que tem sido pesquisada e discutida por vários pesquisadores. Utilizamos como suporte teórico para a discussão da transposição didática, as contribuições de Chevallard (1991), que a define como o trabalho que faz um objeto de saber a ensinar, um objeto de ensino. Escolhemos investigar um dos conceitos basilares da química, os primeiros modelos explicativos de constituição da matéria, porque a química, enquanto ciência, procura explicar a natureza utilizando modelos (representações teóricas). Esta pesquisa teve como abordagem a análise qualitativa e quantitativa, apoiando-se no método comparativo, por meio de categorias pré-definidas através da análise de conteúdo (BARDIN, 2010). Utilizamos como instrumentos para coleta de dados, entrevistas semi-estruturadas e provas, respectivamente aplicadas às professoras e aos alunos. Desta forma, a amostra da pesquisa foi definida por quatro ex-alunas da UFS e professoras de duas escolas da Rede Estadual de Ensino de Aracaju-SE, sendo uma centro de excelência (em que os alunos estudam em dois turnos) e a outra escola em que os alunos estudam em apenas um turno, e quarenta alunos, sendo vinte de cada escola pesquisada, escolhidos aleatoriamente. Procuramos analisar a transposição didática dos modelos atômicos em dois níveis: do professor que aprende a ser professor, no curso de formação inicial da Universidade Federal de Sergipe e do professor de Ensino Médio que faz a transposição didática dos modelos atômicos para os alunos. Além disso, buscamos assinalar e co-relacionar os saberes aprendidos pelos discentes sobre os modelos atômicos com os saberes que as professoras dizem ter ensinado. Os dados coletados e organizados em categorias apresentaram indicativos de que a transposição didática dos modelos atômicos foi realizada de forma insuficiente.