PYRAMIDES, Christiani Marcelo Machado
Formação continuada de professores de química e o ensino experimental na perspectiva do professor reflexivo
Juiz de Fora/MG, Universidade Federal de Juiz de Fora, UFJF, 2014. 128p. Dissertação de Mestrado. (Orientador: José Guilherme da Silva Lopes).
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Resumo |
O ensino de ciências e em especial o ensino de química, vinha sendo pensado em uma perspectiva utilitarista. Na última década com o desenvolvimento da área de Educação em Ciências cresce a tendência de adotarmos uma perspectiva de Educação Científica mais ampla no que tange à valorização de aspectos históricos e sociais que contribuam para a formação de sujeitos críticos, autônomos e participativos; preparando-os para atuarem na sociedade de maneira mais efetiva. No que diz respeito à formação de professores, na década de 80, surgiu um movimento denominado “O professor reflexivo” que visa a formação profissional para atuação neste novo contexto. Este movimento se caracteriza pela formação por meio da reflexão e problematização do conhecimento tácito visando a produção de respostas aos problemas de natureza complexa encontrados durante a ação profissional. Considerando este cenário, como podemos contribuir para a formação continuada de professores de química, favorecendo a reflexão sobre sua prática tornando-os mais conscientes e críticos? Visando contribuir com a formação de professores a UFJF promoveu no ano de 2011 o curso intitulado: “O uso da experimentação no Ensino de Química”, foi a referência para a presente investigação. Os dezenove professores que participaram do curso foram os sujeitos desta pesquisa. A metodologia utilizada foi de natureza qualitativa, aportada nos pressupostos teóricos da pesquisa Colaborativa. A análise dos dados foi realizada com base nos pressupostos teóricos da “Análise de Conteúdo”. A pesquisa se desenvolveu em duas Etapas. Na Etapa I, foi realizado o levantamento das concepções sobre o ensino de ciências e o ensino de química experimental e foram selecionados dois professores, P1 e P2, para a Etapa II, caracterizada por um processo de reflexão crítica individual à partir do Ciclo de Reflexão sugerido por Smyth (1992), constituído por quatro ações: o descrever; o informar; o confrontar; o reconstruir. Observamos na Etapa I que os professores compreendem o ensino de ciências por um viés utilitarista, além de serem dependentes dos livros didáticos para o planejamento de suas aulas. Na Etapa II, concluímos que a reflexão crítica, possibilitou a P1 e P2, a tomada de consciência sobre suas ações, abrindo espaço para se constituírem como sujeitos e agentes de transformação. Assim, defendemos a reflexão crítica como um caminho capaz de contribuir para a aproximação entre teoria e prática, além da explicitação do conhecimento tácito destes profissionais como condição essencial para a mudança da prática docente.
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