Ensino de química orgânica para deficientes visuais empregando modelo molecular

CREPPE, Carlos Henrique
Ensino de química orgânica para deficientes visuais empregando modelo molecular
Rio de Janeiro/RJ, Universidade do Grande Rio, Unigranrio, 2009. Dissertação de Mestrado. (Orientador: Zenildo Buarque de Morais Filho).

Resumo O presente estudo é referente ao processo educativo mais global, pelo qual os membros de uma sociedade são preparados para participação na vida social. A correlação teórica e prática envolve aspectos que devem ser articulados quando se trata de processo ensino-aprendizagem. Para este trabalho buscaram-se sujeitos que apresentam Deficiência Visual adquirida, focando-se nas dificuldades encontradas, dentre estas a ausência de Materiais Didáticos Adaptados (MDAs) para um melhor entendimento de conceitos químicos. Através de uma identificação realizada em listagem de alunos deficientes visuais matriculados e egressos, no Ensino Médio, em uma Instituição de Ensino Público na modalidade Ensino de Jovens e Adultos (EJA), e por critério de acessibilidade e permanência chegou-se à relação de 04 participantes. Foi utilizado o modelo molecular, escolhido pelos sujeitos (Molecular Visions), como facilitador à compreensão da tridimensionalidade de algumas moléculas orgânicas. O desenvolvimento dessa pesquisa ocorreu em um total de dez encontros, no auditório do CES-Copacabana, onde foram tratados desde os fundamentos de química geral até as funções orgânicas (hidrocarbonetos: alcanos, alcenos, alcinos, ciclanos, ciclenos, benzeno e seus derivados). Todos os encontros foram gravados em forma de áudio, e analisados empregando o método de história oral. Após todos os encontros e análise dos relatos ocorridos, pôde-se inferir que os mesmos obtiveram entendimento no que tange os conceitos de química orgânica, além de interiorizarem a concepção da existência de moléculas com características tridimensionais, descritos como incompreensíveis anteriormente. Após o emprego do modelo molecular, outro fator observado no decorrer dos encontros foi o resgate da auto-estima positiva dos participantes, além da auto- avaliação acerca das oportunidades inclusivas e sócio-educativas.