BISPO, Jurandyr Gutierrez
Desafios à formação docente interdisciplinar: a trajetória de um professor de química
São Paulo/SP, Universidade Cidade de São Paulo, UNICID, 2003. 127p. Dissertação de Mestrado. (Orientador: Ivani Catarina Arantes Fazenda).
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Resumo |
Desenvolver uma investigação acadêmica, tentando identificar aspectos da própria trajetória docente que possam ser motivo de análise e reflexão, é tarefa das mais desafiadoras para um professor tentar empreender, considerando-se o decurso de uma carreira que se iniciou num tempo em que a educação devia atender a apelos tão diferentes dos de hoje, e que a própria sociedade brasileira era tão singular. É justamente este caráter desafiador, nutrido por uma visão de mundo totalizante, constituído antes mesmo de minha incursão no magistério, que desde sempre orientou meu trabalho. Encontrar no cotidiano docente aspectos significativos que conduzissem a uma pesquisa, foi o caminho percorrido na elaboração deste trabalho, no qual se tentou descobrir os aspectos que imprimiram às aulas ministradas um caráter interdisciplinar; o que se constitui num desafio ao se tentar compreender as razões que levaram alunos a mobilizarem-se, transformarem-s e perseguirem seus interesses e necessidades. O objetivo deste trabalho é oferecer subsídio aos professores para que, ao ensinarem seus alunos não só despertem neles o interesse pela ciência, a habilidade de relacionar fatos científicos ao cotidiano, como também ofereçam-lhes possibilidades de exercitar a cidadania. Nesse sentido, a investigação parte, pois, das dificuldades vividas por um professor de química em seu itinerário docente, que vão desde a compreensão do universo epistemológico da disciplina até sua repercussão na sociedade. Procedeu-se à descrição e análise de um conjunto de aulas de química, a fim de se compreender o sentido interdisciplinar nelas contido. Como desafio final analisou-se genericamente a literatura de química para o ensino médio nas últimas décadas, pois dela nos alimentamos nesses anos vividos. Assim, ao recorre-se à memória impressa em livros, atos, planejamentos e à memória seletiva dos fatos, procura-se recolher da vida suas peculiaridades.
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