Contribuições do ensino de química farmacêutica para a formação do profissional farmacêutico

REED, Elaine
Contribuições do ensino de química farmacêutica para a formação do profissional farmacêutico
Brasília/DF, Universidade de Brasília, UnB, 2000. Tese de Doutorado. (Orientador: Roberto Ribeiro da Silva).

Resumo A deficiência na interpretação das informações químicas contidas em bulas de medicamentos por estagiários do curso de Farmácia foi um indicador de problema que motivou a elaboração desse trabalho. Buscou-se verificar mais detalhadamente sobre o assunto (bulas), e procurou-se fornecer subsídios para possibilitar o preenchimento de lacunas na formação do acadêmico no aspecto técnico aliado intimamente ao aspecto ético envolvido na orientação do consumidor quanto ao uso racional de medicamentos. O delineamento experimental, tendo em vista a coleta inicial de dados, compreendeu duas etapas: uma, no início do ano letivo e outra, no final do referido ano. Foram aplicados questionários específicos a grupos de alunos de Química Farmacêutica do 4o ano do curso de Farmácia de duas instituições de ensino superior em Goiânia, em ambas as etapas. Ao grupo pertencente a uma das instituições, foi ministrado o curso de Química Farmacêutica da maneira habitual e, para o outro grupo, foi desenvolvido o que foi denominado tratamento. Este, por sua vez, consistiu na elaboração e aplicação de procedimentos de ensino para a disciplina em questão (acoplados ao estágio supervisionado em drogaria), com a utilização de textos de periódicos, debates e role-playings, enfocando o aspecto técnico sempre vinculado ao aspecto ético como essência do fazer farmacêutico. O objetivo implícito era privilegiar o ensino-aprendizagem do por que e para que fazer e, não simplesmente, do como fazer, contemplando o desenvolvimento da capacidade crítica e do pensamento inovador. Visava-se ainda, através do tratamento, contribuir para que o futuro profissional viesse perceber e assumir a responsabilidade e a dimensão social, econômica, política e cultural de sua prática profissional. Como foi um experimento, não seria de bom alvitre, generalizar os resultados para a população de acadêmicos de Farmácia, mesmo porque não era esse o intuito do trabalho. O que se pretendeu demonstrar é que sempre é possível fazer algo num sentido micro que possa contribuir, de algum modo, para a melhoria, num sentido macro. O questionamento relativo à atuação profissional adequada e o aprimoramento contínuo foram e deverão ser sempre enfatizados e valorizados. O trabalho não se esgota em si. Pelo contrário, espera-se que seja um ponto de partida para todos que se disponham à árdua tarefa de transpor o discurso e investir na ação, para todos que ainda acreditam que a excelência da técnica e a integridade ética constituem componentes indissociáveis e indispensáveis a uma prática profissional de boa qualidade.