SILVA, Erivanildo Lopes da
Contextualização no Ensino de Química: Idéias e Preposições de um Grupo de Professores
/SP, Universidade de São Paulo, USP, 2007. 143p. Dissertação de Mestrado. (Orientador: Maria Eunice Ribeiro Marcondes).
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Resumo |
Esta pesquisa teve o objetivo investigar as idéias e proposições de um grupo de professores a respeito da contextualização no ensino de química. Especificamente, procuramos conhecer que significados atribuem ao se referirem a práticas de ensino nas quais os conteúdos são socialmente contextualizados, como refletem sobre essa temática frente a novos conhecimentos e como tais reflexões se manifestam nos materiais institucionais por eles elaborados. Tais idéias foram investigadas a partir de um curso de formação continuada, que procurou promover discussões e reflexões sobre a temática da pesquisa e a construção de materiais institucionais pelos próprios professores (unidades didáticas). Foram discutidas e analisadas quatro perspectivas de contextualização no ensino, nos trabalhos de . Lutfi, D. Auler e G. Aikenhead. Os materiais institucionais foram analisados de modo a verificar quais concepções sobre a contextualização se refletiram nas unidades didáticas elaboradas pelos professores. A investigação foi realizada por meio de questionários abertos, atividades, relatos de professores gravados em áudio e vídeo, análise de documentos e entrevistas semi-estruturadas. Os resultados desta pesquisa mostraram uma ampliação das concepções dos professores, que caracterizavam, inicialmente, o ensino de Química contextualizado como simples exemplificação e descrição de fatos ou situações do cotidiano com o intuito de ensinar química e passaram a compreender idéias de contextualização como abordagem de questões sociais, com vistas a desenvolver atitudes e valores e à transformação da realidade social. Os dados também mostraram que as unidades didáticas foram elaboradas com diferentes perspectivas, que nem sempre refletiam as idéias dos professores. Três grupos foram observados: as unidades didáticas que refletiam as idéias manifestadas pelos professores que ampliaram seus entendimentos, as que representavam idéias se contextualização menos elaboradas do que as manifestadas inicialmente. O nível pouco elaborado de contextualização foi justificado pelo número elevado das aulas que os professores ministram, o que os impossibilita de preparar materiais com esse perfil e a dificuldade de realizarem aulas dialogadas. Levantamos também, a questão da falta de entendimento, por parte de alguns professores, de como desenvolver materiais instrucionais com enfoque na contextualização social dos conteúdos. Percebemos dois fatores subjacentes 'as suas justificativas um de cunho epistemológico, que diz respeito 'a formação tradicional do professor fundada no conhecimento específico da Química, e outro de natureza prático-profissional, que diz respeito ao seu preparo pessoal e de suas aulas, o que exigiria maior demanda de trabalho, de maneira a resguardar o papel de professor como soberano absoluto da sala de aula.
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