OLIVEIRA, Carlos Bruno Alves de
Atividades investigativas no ensino de química : um estudo sobre seu impacto no processo de construção do conhecimento científico
São Cristovão/SE, Universidade Federal de Sergipe, UFS, 2017. 96p. Dissertação de Mestrado. (Orientador: Erivanildo Lopes da Silva).
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Resumo |
No que diz respeito ao ensino de Ciências, é crescente o número de propostas didáticas que buscam criar ambientes educacionais propícios ao desenvolvimento da autonomia discente. Acredita-se que esse é um dos pré- requisitos para que os alunos passem a enxergar o conhecimento científico não como um produto que lhe é apresentado, mas como algo fruto de reflexões e debates acerca dos contextos e os fenômenos sociais que os cercam. Inseridas nessa perspectiva encontram-se as Atividades Investigativas. Trata-se de uma abordagem em que, por meio da resolução de problemas, os discentes se aproximam da cultura científica, desenvolvendo competências e habilidades que os tornem os principais responsáveis pela construção do conhecimento. Com a intenção de investigar os impactos proporcionados pela utilização de atividades investigativas no ensino de Química, foram planejadas três atividades desta natureza, sendo estas aplicadas em duas turmas da segunda série do ensino médio, pertencentes a uma escola pública do interior de Sergipe. As produções escritas dos discentes, bem como os áudios das discussões ocorridas ao longo dessas atividades foram analisados por meio da Análise de Conteúdo, proposta por Moraes (1999). Nesse processo, vários foram os momentos em que foi possível identificar a participação intelectualmente ativa dos discentes em situações onde foram estimulados a refletir, elaborar hipóteses, planejar estratégias, tomar decisões ao executá-las, questionar, analisar criticamente suas ideias e, quando necessário, reconstruí-las. Pode-se afirmar que a observação mais relevante dessa pesquisa foi a autonomia manifestada por boa parte dos discentes ao longo das atividades. Principalmente nas duas últimas atividades, que abordaram o planejamento de experimentos, o engajamento desses estudantes na busca pela solução dos problemas com os quais se depararam apontam o potencial do ensino por investigação, no que diz respeito à promoção de um ambiente em que o estudante é o centro do processo de ensino-aprendizagem. Várias ações estudantis identificadas nesse trabalho, também presentes na rotina dos cientistas, evidenciam que as Atividades Investigativas podem promover ambientes propícios à construção do conhecimento científico, bem como o entendimento de que este não se resume a um conjunto de leis e teorizações, sendo compreendido como fruto de um processo dinâmico e aberto.
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