JUNIOR, Reinaldo Alberto Ricchi
As idéias científicas de John Dalton e sua influência nos trabalhos de Gay-lussac, Avogadro e Cannizzaro
Campinas/SP, Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP, 2004. 100p. Dissertação de Mestrado. (Orientador: Matthieu Tubino).
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Resumo |
Para o desenvolvimento desta dissertação, fizemos uma ?visita? ao trabalho desenvolvido por John Dalton, com a intenção de tentar entender, certamente apenas em parte, as circunstâncias que o estimularam à observação, ao estudo, à divagação, à inovação. Não há duvida de que as pessoas não possuem as mesmas qualidades. Indivíduos diferentes submetidos à condições idênticas reagirão de modos diferentes. Educação musical refinada pode até despertar o gosto pela música, mas não fará de todos os educandos instrumentistas, cantores ou compositores. Em se tratando de Ciência a situação é a mesma. Por melhor e estimulante que seja o ensino nesta área do conhecimento humano não formaremos, necessariamente, cientistas talentosos. É imprescindível a presença dos indivíduos certos. É como se dentro de certas pessoas houvesse a ?semente? da atitude científica. Quais as causas disto? Não sabemos e nem é pretensão desta modesta dissertação encontrar resposta para tão profunda pergunta. Sabemos, porém, que se a pessoa com potencial, aquela ?semeada? não for estimulada, não brotará nela a semente da Ciência, ficando adormecida, em prejuízo de toda a sociedade. Nesta dissertação, o que fizemos foi tentar entender o pensamento de Dalton, e como trabalhou, numa época em que tudo estava por fazer na Ciência (comparando com o atual estado), para então propor atividades de ensino que possam fazer brotar naqueles que possuem a ?semente? da Ciência em seu interior, aquele impulso que leva ao desejo de descobrir. Ao analisarmos o trabalho de Dalton, dentro dos aspectos pessoal e histórico, vimos que ele foi muito estimulado pelos interesses da época, tendo havido uma associação deste estímulo ao seu inquietante desejo de saber. Com poucos instrumentos ele foi capaz de realizar progressos incríveis. Os seus trabalhos em Meteorologia eram de grande interesse para a Inglaterra colonialista. As suas pesquisas com gases, com reações químicas, respondiam à questões do seu íntimo, que pode ser entendido como sendo o seu interesse ?filosófico? pela ?ordem das coisas no universo?. A sua capacidade de ligar a observação macroscópica com a ?visão? da intimidade da matéria foi imprescindível para a realização do seu trabalho. Além disso, parece que tinha uma péssima (ou boa?) qualidade, a teimosia (ou será persistência?). Por outro lado, por ser uma pessoa que aprendeu o gosto pela leitura, adquiriu conhecimentos que formaram uma base sólida para a sua futura construção científica. Não se pode criar conhecimento novo se não tivermos embasamento. Também, o que pode parecer contraditório, não pode surgir nova idéia se não houver rompimento de preconceitos, se não houver espírito crítico. Dalton fez tudo isso, assim como outros cientistas verdadeiros.
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