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JÚNIOR, Ramon Marcelino Ribeiro
ANÁLISE DO CONTEXTO DE PRODUÇÃO DO TEXTO DE UM REFERENCIAL CURRICULAR OFICIAL DE QUÍMICA PARA O ENSINO MÉDIO EM GOIÁS
Goiás/GO, Universidade Federal de Goiás, UFG, 2013. Dissertação de Mestrado. (Orientador: Agustina Rosa Echeverría).
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| Resumo |
O currículo tem ocupado lugar de destaque no cenário de reformas educacionais contemporâneas. Neste trabalho, focalizamos a produção de um referencial curricular oficial de Química para o ensino médio Estado de Goiás. Em nosso percurso investigativo, buscamos aportes teóricos em estudos que: a) objetivam discutir aspectos referentes às finalidades do ensino de Química em nível médio, com ênfase em autores da comunidade de Educação em Ciências/Química; b) realizam discussões sobre concepções curriculares, destacando autores do campo do currículo; c) desenvolvem a pesquisa curricular utilizando a abordagem teóricometodológica do ciclo contínuo de políticas. A perspectiva do ciclo contínuo, a política é pensada a partir do entrelaçamento entre textos/discursos que circulam entre três contextos básicos: contexto de influência; contexto de definição dos textos; e contexto da prática. No ciclo de políticas, os textos/discursos são compreendidos como produções de relações sociais, entendidas como relações de poder, e estão associados a conjuntos de significados diversos que se articulam e se inserem, em maior ou menor grau, por processos de recontextualização, nos diferentes contextos pelos quais circulam. A construção dos dados foi realizada a partir da gravação e transcrição de reuniões do contexto de definição dos textos, nosso foco analítico. Identificamos e examinamos três discursos privilegiados no processo de negociação de significados da proposta: 1) discurso sobre as finalidades do ensino de Química; 2) discurso sobre as concepções de currículo; e 3) discurso sobre os critérios de seleção e organização dos conteúdos. Também destacamos aspectos relacionados aos movimentos de recontextualização internos ao contexto de definição dos textos, comparando a configuração das primeiras formulações discursivas, desenvolvidas nas reuniões de concepção, àquelas presentes na redação final dada ao referencial curricular. Concluímos destacando que: i) há a tentativa de articular diferentes finalidades para o ensino de Química, com ênfase na finalidade de formação para uma cidadania crítica; ii) existe a defesa de uma concepção ampla de currículo filiada à perspectiva crítica, discurso que implica a defesa da construção de uma proposta híbrida entre orientação e prescrição, com predomínio da primeira, e uma crítica à forma de condução da reforma educacional no Estado iii) Os critérios de seleção adotados são os de “conteúdo básico” e de “conteúdos mínimos”. Os conteúdos são organizados por um viés conceitual, e articulados a uma concepção de abordagem que toma a aprendizagem como necessariamente parcial e pode ser realizada em vários níveis de complexidade. Concluímos também que ao considerarmos a historicidade e contingência associadas das produções curriculares estamos conferindo-lhe estatuto de “eterno desafio”.
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