Análise das provas objetivas de química dos vestibulares da UFRN de 1997 a 2010: uma caracterização a partir das mudanças

SOARES, Wilson Costa
Análise das provas objetivas de química dos vestibulares da UFRN de 1997 a 2010: uma caracterização a partir das mudanças
Natal/RN, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, UFRN, 2011. 140p. Dissertação de Mestrado. (Orientador: Isauro Beltrán Núñez).

Resumo As provas de vestibular, nos últimos anos no Brasil, têm sido foco de diversas pesquisas, tendo em vista que esse processo seletivo é requisito para ingressar nas universidades públicas e acaba influenciando o que deve ser ensinado no Ensino Médio. Nesse contexto, os vestibulares têm passado por mudanças deixando de ser um simples processo seletivo classificatório a um objeto de reflexão sociológica, pedagógica e crítica, o qual tem instigado questionamentos a respeito da aprendizagem e do papel que ele deve desempenhar junto à escola do Ensino Médio. Diante desta realidade, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) tem implementado mudanças em seus vestibulares buscando uma aproximação aos PCNEM (BRASIL, 1999), PCN+ (BRASIL, 2001) e OCEM (BRASIL, 2006). Sendo assim, o objetivo deste estudo foi caracterizar o avanço qualitativo das provas objetivas a partir das mudanças ocorridas no vestibular da UFRN no período compreendido entre 1997 a 2010, tendo as seguintes questões de estudo: Quais são os tipos de perguntas que caracterizam as provas objetivas de Química no vestibular? Quais perguntas apresentam as maiores dificuldades para os candidatos? Quais são os conteúdos conceituais privilegiados? Em que tipo de perguntas os candidatos apresentam maiores índices de sucesso? Quais as diferenças podem ser estabelecidas entre as perguntas antes e depois do período que configuram as mudanças no vestibular da UFRN? As discussões teóricas do estudo têm como suporte as seguintes referências: PCNEM (BRASIL, 1999), PCN+ (BRASIL, 2001), OCEM (BRASIL, 2006), Zabala (1999), Jiménez Aleixandre et al. (2003), Pozo (1999), Alvarez de Zayas (1992), Núñez (2009), relatórios Comperve/UFRN (1997 a 2010), e sobre avaliações: Pasquali et al. (2003), Silva e Núñez (2008), Marín e Benarrouch (2009). Para o estudo, foram construídas as seguintes categorias que serviram para a análise das questões: contextualização da pergunta, temas conceituais, problema, representação semiótica, cálculo matemático, pertinência da questão e índice de acerto. Os resultados mostram um avanço qualitativo das perguntas de Química, em que se observa um modelo de prova que prioriza o uso de problema verdadeiro, de situações contextualizadas, de poucos cálculos, dando-se prioridade ao raciocínio que implica a compreensão, a aplicação e a interpretação dos conhecimentos conceituais, o que pode estimular um ensino mais adequado às exigências atuais da educação em Química