BRITO, Lorena Gadelha de Freitas
A Tabela Periódica: Um recurso para a inclusão de alunos deficientes visuais nas aulas de química.
/RN, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, UFRN, Ensino de Ciências Naturais e Matemática, 2005. 88p. Dissertação de Mestrado. (Orientador: Márcia Gorette Lima da Silva).
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Resumo |
Na atualidade, inúmeras são as razões que visam à inclusão de pessoas com necessidades especiais, dentre essas, aquelas com deficiência visual, no mundo do trabalho, na educação, e na sociedade como um todo. Entretanto, observa-se que em se tratando da inclusão escolar dessas pessoas, especialmente no Ensino Médio, há um enorme distanciamento entre a teoria e a prática. A falta de recursos didáticos, as instalações físicas inadequadas, o despreparo dos professores, a desinformação das famílias, são alguns dos fatores que emperram o processo de inclusão. Além disso, os educandos deparam-se também com a aridez dos conteúdos disciplinares e, no caso do estudo da Química, com a utilização dos signos relativos à linguagem que é concernente à matéria. Logo, o objetivo de nossa pesquisa é refletir sobre a apreensão dessa linguagem pelas pessoas com deficiência visual, com vistas a contribuir para o seu processo de inclusão escolar. Nessa perspectiva, trabalhamos com a Tabela Periódica, que se constitui em uma das ferramentas indispensáveis para apropriação do conhecimento químico. Para tanto, o percurso metodológico adotado foi realizado em três etapas. Inicialmente, por meio de uma entrevista semi-estruturada, procurou-se conhecer a opinião de alunos cegos, participantes da pesquisa, sobre a Tabela Periódica que utilizaram no Ensino Médio, bem como as dificuldades sentidas no seu manuseio. A partir das respostas obtidas, a tabela foi re-elaborada para atender às necessidades destes alunos. Nessa etapa, foram construídas duas tabelas, uma em Braille cuja forma é mais compacta, e a outra em alto relevo, confeccionada com areia e cola. Na terceira etapa, as tabelas elaboradas foram submetidas a análise dos participantes e por meio de entrevista semi-estruturada procurou-se identificar se esse recurso atendia às solicitações feitas pelos alunos quanto ao manuseio. Os participantes sinalizaram que as tabelas compactas facilitavam a leitura táctil dos símbolos dos elementos químicos de forma mais ágil e clara. Espera-se que, com a elaboração dessas ferramentas, possamos contribuir com mais um dos elementos a favorecer a participação efetiva de alunos cegos nas aulas de Química, ao estudar a Tabela Periódica.
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