SILVA, Rodrigo Pedroso da
A tabela periódica como tecnologia assistiva na educação em química para discentes cegos e com baixa visão
Curitiba/PR, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, UTFPR, 2017. 130p. Dissertação de Mestrado. (Orientador: Fabiana Roberta Gonçalves e Silva Hussein,).
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Resumo |
As Ciências Naturais constituem um ramo da Educação Básica e cujo valor está na transformação do olhar e postura dos educandos frente aos fenômenos que ocorrem em seu cotidiano. Apesar de sua importância ao interpretar o mundo e suas transformações, os estudantes em geral têm apresentado um alto nível de desinteresse e descaso com relação a esta área do conhecimento. Alerta maior se faz quando se está diante do fenômeno da inclusão escolar que traz para a sala de aula diferentes perfis do alunado, como é o caso daqueles que têm insuficiência visual plena ou parcial. Segundo o Ministério da Educação, existem cerca de 930.683 brasileiros com algum tipo de deficiência, dos quais 75.433 são especificamente cegos ou com baixa visão. No ensino de ciência, a tabela periódica e a compreensão das propriedades periódicas dos elementos apresenta-se como um recurso fundamental para o aprendizado na disciplina de Química, o que faz surgir o questionamento sobre quais adaptações este recurso deve conter no atendimento de discentes cegos. Com o objetivo de propor um recurso assistivo que promova este acesso às informações da tabela periódica, cumprindo requisitos de Desenho Universal, foi realizado um estudo bibliográfico que mapeou as propostas apresentadas na última década (2006-2017), segundo a taxonomia de Bardin, nos principais eventos de Química e Educação categorizando-as segundo suas propostas e objetivos, evidenciando-se um importante campo de pesquisa para inúmeros pesquisadores licenciados. Este trabalho adotou então um dos recursos pedagógicos denominado Tabela FD14 (tabela periódica adaptada para cegos), apresentada no Congresso Nacional de Educação-EDUCERE/2015, que foi revisada e aperfeiçoada para melhor satisfazer as necessidades da educação inclusiva, enquadrando-a dentro de exigências legais quanto à qualidade do Braille e requisitos de Desenho Universal. O novo recurso foi aplicado em dinâmica de sala de aula durante o processo de ensino/aprendizagem, obtendo benefícios no suporte instrumental docente, na ação didática do professor de Ciências e no processo de aprendizagem de estudantes cegos e com baixa visão, removendo as barreiras de acesso ao currículo comum, fomentando ainda mais a possibilidade de uma educação realmente inclusiva.
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