ALMEIDA, Maria Angela Vasconcelos de
A nova didática das ciências e o saber docente dos professores de química
Recife/PE, Universidade Federal de Pernambuco, UFPE, Educação, 2006. 291p. Tese de Doutorado. (Orientador: Heloísa Flora Brasil Nóbrega Bastos).
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Resumo |
Esta tese busca compreender como dois grupos de professores de química de escolas públicas do Estado de Pernambuco constroem e reconstroem os seus saberes, ao participarem de processos distintos de formação continuada, visando à implementação de inovações curriculares. O trabalho foi baseado na contribuição de diversos autores, sendo os mais utilizados Tardif, Porlán, Rivero e Cachapuz. Os professores foram capacitados através de um conjunto de reuniões de estudo, nas quais foram discutidas as bases teóricas da Nova Didática das Ciências. A coleta de dados consistiu de entrevista semi-estruturada, gravação e filmagem das salas de aula. As entrevistas semi-estruturadas foram analisadas qualitativamente, com o objetivo de identificar as origens dos saberes docentes baseados na história de vida e nas oportunidades de formação inicial e continuada. Além disso, foram analisados como estão estruturados esses saberes através da didática praticada pelos professores com os alunos. Os resultados indicam que as professoras do grupo G1, que não completaram o processo de formação continuada, baseado na Nova Didática das Ciências, pelo qual passaram os professores do grupo G2, mantiveram discurso identificado com os modelos de ensino técnico e/ou tradicional. Os professores do grupo G2, que tiveram a oportunidade de vivenciar modelo de ensino por investigação, apresentaram uma compreensão sobre conceitos fundamentais como: interdisciplinaridade, ensino por competência, contextualização e currículo. As análises das salas de aula de uma professora do grupo G1 e um professor do grupo G2 mostraram diferenças em relação à metodologia do processo ensino-aprendizagem. A professora do grupo G1 manteve, praticamente, o mesmo modelo de ensino ao qual foi exposta, enquanto o professor do grupo G2 apresentou mudanças significativas, conduzindo sua sala de aula por meio de abordagem comunicativa na qual predominou a dimensão interativa/dialógica, trabalhando atividades teóricas e práticas de forma articulada e utilizando os níveis fenomenológico, teórico e representacional indispensáveis ao ensino de química. Em conclusão, os estudos mostraram que a aplicação do modelo de ensino por investigação possibilita mudanças nos saberes docentes, favorecendo a motivação e a aprendizagem dos alunos.
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