A grandeza "quantidade de matéria" e sua unidade "mol": uma proposta de abordagem histórica no processo de ensino - aprendizagem

SOARES, Maria Aparecida do Carmo Padulla
A grandeza "quantidade de matéria" e sua unidade "mol": uma proposta de abordagem histórica no processo de ensino - aprendizagem
Maringá/PR, Universidade Estadual de Maringá, UEM, 2006. 152p. Dissertação de Mestrado. (Orientador: Ourides Santin Filho).

Resumo Pesquisas conduzidas em diversos países mostram que as concepções de “quantidade de matéria” e de sua unidade, o “mol”, não são corretamente compreendidas por professores do Ensino Médio. Como conseqüência, não são corretamente introduzidas e debatidas com os alunos em sala de aula. Compreender o conceito de mol se faz necessário porque permite a transposição de um mundo invisível para a realidade cotidiana, possibilitando o entendimento das relações quantitativas existentes em termos microscópicos, entre as substâncias envolvidas numa transformação química. No presente trabalho se analisa a evolução histórica da estequiometria, desde suas origens com a introdução do conceito de peso equivalente no final do século XVIII até a introdução da grandeza fundamental “quantidade de matéria” em meados do século XX. Ambos os conceitos resolvem um antigo problema das proporções em massa com que se combinam as substâncias desde paradigmas distintos: o equivalentista e o atomista, respectivamente. Nesta análise se incluem as leis de Richter, Proust e Gay-Lussac, as hipóteses de Dalton e Avogadro e a invenção por Ostwald, em 1900, do termo “mol” como uma unidade de massa característica de cada substância de acordo com a sua visão equivalentista. Posteriormente, a comunidade científica alterou o seu significado adequando-o ao marco atomista e considerando o mol como a unidade de uma nova grandeza, a “quantidade de matéria”, em 1961. Neste trabalho colocamos a hipótese de que as noções de “quantidade de matéria” e “mol” só poderão ser bem compreendidas, se os professores do ensino médio compreenderem bem o próprio processo histórico envolvido na passagem das concepções equivalentistas (partes por massa ou volume, portanto contínua) para concepção das reações proporcionais em número de partículas (logo, descontínua), e assim, percorremos as principais etapas históricas que conduziram a esta mudança.