VASCONCELOS, Flávia Cristina Gomes Catunda de
A Formação Continuada de Professores de Química: o Uso dos Recursos Visuais para o Desenvolvimento da Autonomia
/SP, Universidade de São Paulo, USP, 2015. Tese de Doutorado. (Orientador: Agnaldo Arroio).
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Resumo |
O presente estudo estrutura-se em torno de questionamentos referentes à investigação de como um curso de formação continuada, que explorava outro dos recursos visuais, poderia contribuir para o desenvolvimento da prática reflexiva, bem como da autonomia do professor no ensino de Química. Na perspectiva de uma pesquisa qualitativa, na qual buscou-se identificar e analisar as concepções de professores de Química referente ao uso desses recursos em sequências didáticas desenvolvidas no durante o curso de formação. O mesmo foi realizado nas cidades de São Paulo-SP e Recife-PE, devido, em ambos os estados, as ações de políticas públicas educacionais disponibilizarem recursos tecnológicos (tablets, notebooks, projetores multimídia) para uso dos professores e alunos em sala de aula. Contudo, não foram identificados programas de formação continuada específicos para o uso de forma estruturada e consciente. Pois, sabe-se que o uso desses recursos no ensino de Química, possibilitam melhorias na compreensão dos fenômenos químicos, através da transição das informações presentes nos três modos representativos (macroscópico, submicroscópico e simbólico) da Química.Dentro da proposta do curso foram discutidas Teorias da Psicologia Cognitiva que dão suporte para a utilização desses recursos visuais em sala de aula, como a (I) Teoria da Codificação Dual (TCD) de Alan Paivio (PAIVIO, 1986); II) Teoria da Carga Cognitiva (TCC) elaborada por John Sweller (SWELLER, 2003); e, III) Teoria Cognitiva da Aprendizagem Multimídia (TCAM) desenvolvida por Mayer (2001). Os pressupostos metodológicos direcionavam na investigação de como os professores modificavam o seu exercer profissional com o uso dos recursos visuais, bem como no que se refere aos momentos de reflexão para prática e no desenvolvimento de sua autonomia (ZEICHNER, 1993a; 1995; MORTIMER, FRISON, 2014). Com os registros audiovisuais, exercícios metodológicos, entrevistas e aplicação da sequência didática desenvolvida e aplicada na realidade escolar do professor, foi possível identificar e analisar estes aspectos. No contexto de São Paulo-SP, as mudanças centraram-se na questão do uso e inserção de recursos visuais plausíveis de serem explorados na realidade dos professores participantes. E, no processo colaborativo de auxiliar o outro na estruturação das sequências didáticas, dispondo-se assim de momentos de reflexão para a prática individual, mas realizadas em grupo. Em Recife-PE, os relatos de experiência dos professores demonstraram que apenas uma professora utilizava simulações e softwares de forma mais estruturada e consciente das potencialidades e limites associadas a estes recursos. Mas, com disposição dos outros professores em compreenderem a importância de estudo e uso dos recursos visuais em suas aulas. Em ambos os contextos, os professores se preocuparam em estruturar sequências didáticas que possibilitassem o desenvolvimento do aluno e melhor compreensão dos fenômenos integrados a uma abordagem mais construtivista, distanciando-se do ensino tradicional. Desta forma, foi possível identificar e explorar algumas concepções e dificuldades dos professores em estruturem sequencias didáticas com uso dos recursos visuais e diante disto, explorar algumas sugestões para realização de pesquisas futuras.
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