BARATIERI, Stela Mari
A Experimentação no Ensino de Química: Uma pesquisa com alunos do Ensino Médio
Porto Alegre/RS, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, PUC-RS, Educação em Ciências e Matemática, 2004. 109p. Dissertação de Mestrado. (Orientador: Nara Regina de Souza Basso).
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Resumo |
O objetivo central desta pesquisa foi conhecer as concepções dos alunos de uma escola de ensino Médio a respeito das aulas experimentais de Química. O grupo de pesquisa foi constituído por 25 alunos das três séries do ensino Médio de uma escola particular. Os estudantes freqüentaram aulas experimentais semanais, no ano de 2003. As informações submetidas à analise foram coletadas a partir de textos elaborados pelos alunos. A metodologia empregada para análise dos dados obtidos foi análise de conteúdo, o que oportunizou subsídios para análise e reflexão das concepções dos alunos envolvidos na pesquisa. A partir do estudo dos textos, com base no referencial teórico organizado, emergiram três categorias que considerei relevantes para o trabalho de pesquisa. Foram as seguintes categorias: a experimentação e a aprendizagem, a experimentação e a teoria e a experimentação e a motivação. Em relação à categoria ?a Experimentação e a Aprendizagem? percebe-se que a contribuição do ensino experimental à aprendizagem seria como um elemento auxiliar, reforçar e fixar a compreensão dos conhecimentos teóricos. Um outro aspecto indicado foi a relação do ver e do praticar, estabelecendo uma oportunidade para que, na aula prática, os fenômenos sejam visualizados e, com isso, facilite a aprendizagem. Nessa mesma categoria há evidências de que a experimentação pode viabilizar situações em que os alunos, ao realizarem a prática, participem, exerçam uma ação, reflexionem e reorganizem seus pensamentos e não apenas executem mais uma atividade proposta pelo professor. Na categoria envolvendo ?a Experimentação e a Teoria?, os significados a ela atribuídos assinalam as aulas experimentais como um recurso que torna acessível o aprendizado. Outro aspecto indicado foi a necessidade primeira de conhecer os aspectos teóricos para depois fazer a prática, dessa forma prevalecendo a separação entre a teoria e a prática. Ainda, há um outro item a ser considerado, no qual, por meio de situações visuais, favorecidas pela experimentação, pode-se perceber a teoria. Dentro dessa categoria, alguns depoimentos ponderam que as aulas experimentais podem comprovar, na prática, a teoria. Em relação a outra categoria, ?a Experimentação e a Motivação?, os resultados indicam que as atividades experimentais são motivadoras, pois permitem uma interação maior com situações que estabelecem vínculos com o dia-a-dia. Dessa forma, contribuem para a aquisição de novas informações e oportunizam um recurso para que os alunos saiam da rotina da sala de aula. Outros depoimentos enfatizam as aulas experimentais como aulas interessantes, onde se pode aprender de maneira não formal e, ainda, favorecer uma melhor integração com os colegas. Mas, por outro lado, alguns resultados referem-se às atividades experimentais como monótonas e repetitivas. De maneira geral, os resultados evidenciaram algumas ações interacionistas importantes, mas o reflexo do empirismo continua presente nas concepções dos alunos. Sem dúvida, os resultados do estudo apontam para a necessidade de se continuar a discuti-los, principalmente com aqueles que referem a posições empiristas. Os resultados da investigação levaram a um novo planejamento das atividades experimentais. Para que esse novo pensar fosse viabilizado, o ponto de partida foi a elaboração de uma nova proposta de trabalho, uma Unidade de Aprendizagem.
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